Inserido na comunidade pioneira e tombada da Vila Planalto, localiza-se a academia e centro cultural Raízes do Brasil. Em meio ao contexto diverso de casas, comércios e estabelecimentos multiuso contíguos, o equipamento busca ser uma referência na paisagem e às adjacências da praça Nelson Corso.

Com três pavimentos, a proposta busca otimizar a área passível de construção do lote, articulando o programa multidisciplinar como segue: Ao rés do chão, dois espaços para comércio abrem-se francamente à rua, ao passo que uma bateria de infraestruturas dá apoio ao espaço multiuso voltado ao fundo do lote, qualificado com paisagismo, majoritariamente utilizado pelo grupo Raízes do Brasil para as rodas de capoeira. Os pavimentos intermediários articulam espaços para alojamentos e consultórios. A cobertura abriga um pátio descoberto e protegido lateralmente pelos quebra-sóis perimetrais, possibilitando atividades diversas do centro cultural, brindado pelas visuais do Lago Paranoá e do Eixo Monumental.

Desenhado como um edifício pré-fabricado, o centro é estruturado como uma sequência de pórticos. Com vigas e pilares em perfis laminados de aço que vencem os vãos transversais totais de 12m, a ocupação da planta é absolutamente flexível, valendo-se de divisórias leves em dry-wall, compensado naval e esquadrias, modulados a cada 4,50m. No mesmo diapasão, os sistemas de laje são industriais, em painéis treliçados, com as infraestruturas acopladas e igualmente aparentes. Um sistema de ventilação permanente em venezianas é desenhado para arrematar todos os encontros de paredes e tetos no sentido transversal, renovando, por efeito chaminé, o ar dos espaços de maneira natural e contínua.