À luz do rarefeito contexto caracterizado pelo cerrado nativo de seu sítio, a Casa Portela busca, essencialmente, equilibrar sua ocupação e intermediar um diálogo franco entre seus usuários e a paisagem.
A acomodação do programa com cerca de 250m² se dá em dois corpos horizontais articulados entre si por um pátio. Anunciando silenciosamente a presença da residência em meio ao cerrado, o primeiro corpo abriga os serviços e acessos.
O segundo pavilhão, por sua vez, é projetado para abrigar o conjunto de espaços gregários, dormitórios e escritório. Todavia, esta ocupação só se mostra viável mediante o desenho do vazio: um pátio que não só articula as interações espaciais entre as duas massas mas, sobretudo, preserva um Pau-Brasil existente que celebra a comunhão entre a natureza existente e a arquitetura projetada.
Fundamentada nos princípios de austeridade, concisão e economia, a Casa Portela aposta na honestidade construtiva como seu maior vetor de expressão. A rigorosa modulação de suas estruturas, vedações, instalações e acabamentos sugere uma leitura unificada, sem dissimulações. A arquitetura proposta porta-se como abrigo, um novo olhar sobre a paisagem existente.
In the light of the rarefied context characterized by the native cerrado of its site, Casa Portela seeks, essentially, to balance its occupancy and facilitate an open dialogue between its occupants and the landscape.
The accommodation of the program, spanning approximately 250m², is realized in two horizontal bodies articulated by a courtyard. Silently announcing the presence of the residence amidst the cerrado, the first body houses the services and accesses.
The second pavilion, in turn, is designed to accommodate the ensemble of communal spaces, bedrooms, and an office. However, this occupancy proves viable only through the design of the void: a courtyard that not only articulates spatial interactions between the two masses but, above all, preserves an existing Pau-Brasil tree that celebrates the communion between existing nature and projected architecture.
Founded on the principles of austerity, conciseness, and economy, Casa Portela relies on constructive honesty as its greatest vector of expression. The rigorous modulation of its structures, enclosures, installations, and finishes suggests a unified reading, without dissimulations. The proposed architecture assumes the role of shelter, offering a new perspective on the existing landscape.